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É possível se apaixonar duas vezes pela mesma pessoa? Quando Maria Rita foi embora, ela estava decidida a nunca mais voltar. Deixou para trás o marido, os pais, as irmãs e uma vida de pobreza em uma cidade pequena onde jamais viu futuro para a sua vida. Mas, doze anos depois, ela acaba voltando...

Em Não as matem, Lima Barreto levanta a questão do feminicídio, comentando notícias do início do século XX, como o caso de um rapaz de Deodoro, subúrbio do Rio de Janeiro, que tentou matar sua ex-noiva e se suicidou em seguida, e de outro homem que, no Carnaval, atirou sobre a ex-noiva, matando-a, e depois cometeu suicídio. A moça, com a bala na espinha, veio a morrer dias depois, entre intensos sofrimentos.

Um cinturão e outros contos de Graciliano Ramos apresenta três histórias pessoais do autor, nas quais ele revisita sua infância e os desafios enfrentados no início do século XX. Em Um cinturão, Graciliano recorda como, pela primeira vez, entrou em contato com a "justiça" por meio das surras de cinturão dadas por seus pais. Já em O menino da mata e seu cão Piloto, ele recorda a infância no sertão, quando encontra um livro de capa amarelada que o faz descobrir os mistérios da escuta.

De maneira prática, profunda e inspiradora, McRaven, um líder de líderes, compartilha ensinamentos poderosos, para além do campo de batalha, e mostra que a soma de qualidades individuais e atitudes é o alicerce de todo grande dirigente. Liderar é simples (mas não é fácil) é um livro sobre estratégia e resiliência, sobre autorresponsabilidade e gestão de pessoas, sobre grandeza e humildade e, sobretudo, um tratado sobre as qualidades que separam os bons líderes dos líderes verdadeiramente incríveis.

"O velho mercado" e "A polícia de costumes" reúnem duas crônicas marcantes de João do Rio. Em "O velho mercado", ele descreve a transição de um tradicional mercado popular do Rio de Janeiro, destacando o choque entre a tradição e as novas dinâmicas urbanas. Já em "A polícia de costumes", o autor denuncia os abusos policiais no centro da cidade, onde os guardas extorquiam quem passava pelas ruas. Com essas crônicas, João do Rio lança um olhar crítico sobre as tensões e contradições da sociedade carioca no início do século XX.

Dois retratos distintos da sociedade paulistana do início do século XX – assim são esses dois contos do genial Alcântara Machado, do livro "Brás, Bexiga e Barra Funda". No texto futebolístico, a centenária disputa entre os dois times é vista pelos olhos de uma moça, Miquelina. No segundo, o menino Gennarinho fica órfão na fazenda e vai para São Paulo, onde seu futuro é decidido.

Cortes bruscos nas narrativas indicam: está-se diante do Modernismo nesses contos de Alcântara Machado! Em "O ingênuo Dagoberto", o protagonista é vítima de uma trapaça e lida com a fúria da esposa. Já em "A apaixonada Elena", a jovem sofre com a indiferença da família, que prejudica seus planos. Ambos os textos vêm do livro "Laranja-da-China".

No conto "O mártir Jesus", o narrador retrata o desalento de Crispiniano diante da necessidade de atender aos diferentes anseios da família no Carnaval, num cenário que percorre várias ruas da São Paulo da década de 1920. Já em "O aventureiro Ulisses", a dicotomia campo/cidade, Sorocaba/São Paulo, é personificada no fugitivo Ulisses.

Dois contos extraídos do livro "Laranja-da-China". Na melhor técnica do conto – um recorte de uma história em andamento, sem necessariamente começo, meio e fim – Alcântara Machado explora, em "O filósofo Platão", o ritmo de vida metódico do personagem Platão, enquanto em "O inteligente Cícero" o menino Cícero se vê às turras com São Nicolau em sucessivos natais.

Em "A insigne Cornélia", o narrador recorta mais um dia sofrido na vida da protagonista, que enfrenta o marido estúpido, o filho ausente e a filha cadeirante, desconfiada de nova gravidez. No curto conto "O lírico Lamartine", Alcântara Machado trata com humor da ascensão da carreira do magistrado Lamartine, pretenso poeta, paralela ao aumento de peso de sua esposa.

Neste livro, o psicanalista Christian Dunker trata a Depressão como uma entidade em si, sujeita a documentos e arquivos que comprovam sua existência, que testemunham seus feitos e que elaboram suas razões de ser, e mostra que a Depressão é um nome demasiado pequeno para tantas formas e cores que ela reúne, e que, ao mesmo tempo, não andam juntas.

Para muita gente, ler um livro de psicanálise pode significar um processo árduo e penoso que exige bastante esforço, dedicação, tempo e investimento. Sem contar a demanda de conhecimento prévio que algumas obras pressupõem ao citar passagens de trezentos mil autores que jamais ouvimos falar na vida. O indivíduo de hoje mal consegue arranjar tempo para conciliar trabalho, descanso e estudos, quem dirá então ter acesso a essa rede de conhecimentos.